14.10.09

das importâncias


' é como se eu visse o céu, planetas, cometas,
constelações (...) basta estender a mão'
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[Caio F]
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Mas a senhora é tão moça ainda. Tão aquém de todo começar. E já está tensa como um canivete enferrujado. Isso é culpa do ordinário que tem fome de olhar. Bem sei. Toda vez que ele some, ela aprende a balançar as horas, assaltando-as com sopros de porquês. Ela estava deitada sobre uma espreguiçadeira, forrada com um tecido grosseiro de padrão xadrez desbotado, com braços largos de carvalho envernizado que o “Chico” consertou pra ela. Mas ela pensa mesmo é no outro. Usava um óculos bifocal de lente grossa, presente do avô. De mais de... isso mesmo, setenta anos atrás. Quando menina gostava de apoiar os olhos naquelas lentes para tentar sentir como era ser adulta. E hoje. Depois de grande. Ela ainda tem os mesmos olhinhos bonitos de beleza passada. Como eles estão ficando cada dia mais lindos, meu Deus!. Mas eu sei o porquê. E não conto.
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[ela me adivinha - quem? A Pipa]
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2 comentários:

Ni ... disse...

Linda leitura...

Beijo e mais beijos

Ricardo Rodrigues disse...

escrever... revista... cultura pop... interessa a ti?

ricardorrrodrigues@gmail.com