20.6.09

Conto de fadas

A menina não aguentava mais esperar. Uma eterna espera por: Talvez o princípe, talvez o sapo. Os anos passando depressa, como um monte de areia, na palma da mão, escapando pelos dedos. Decidida, quase estava, a não esperar mais. A aceitar o inaceitável. A concordar com o que a vida lhe dera (ou lhe negara) sem indagar. Sem pedir mais do que já tinha. E dizer amém no final. Mas no fundo frio do peito, ela acreditava na fada encantada que lhe aparecera, certa noite, em sonho. A fada dizia que a menina reconheceria o princípe, de longe, só pelo jeito de andar. E depois, mais de perto, pelo brilho do olho e o sorriso antigo. A menina esperou (mais porque acreditava na existência de fadas. E elas existindo, não poderiam nunca contar mentira, principalmente em sonho). E não é que o princípe um dia veio? Sem cavalo branco, sem espada, sem nada. Mas veio. Era ele. Sim. Tinha quase certeza.

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